Profissionais de saúde ameaçam retomar a greve
Profissionais de saúde ameaçam retomar a greve
- 10/03/2025
- 13:28
Os profissionais de saúde anunciaram, para 31 de Março, uma nova greve no sector, caso o Governo não atenda às suas exigências até ao dia 30 deste mês. Segundo o presidente da Associação dos profissionais da saúde e Solidariedade de Moçambique (APSUM), a decisão deve-se ao facto de os profissionais de saúde se sentirem ignorados no programa dos primeiros 100 dias de governação.
É mais um capítulo que se abre na relação entre os profissionais de saúde e o Governo. Depois de a 29 de Maio do ano passado os profissionais de saúde terem suspendido a greve de 30 dias, por se ter chegado a um consenso com o Governo, eis que esta segunda-feira,é feito um novo anúncio.
“Caso o próximo salário do mês de Março de 2025 venha sem concretização dos acordos e sem clareza naquilo que é o pagamento das horas extraordinárias, turnos, exclusividade, enquadramento definitivo e observância da nossa carta reivindicativa, nós iremos paralisar”, afirmou Anselmo Muchave, presidente da APSUM.
Sendo assim, o Governo tem até dia 30 de Março para resolver todas as preocupações da classe e caso não aconteça, no dia seguinte, 31 de Março, a greve dos profissionais vai retomar, tudo isso, porque sentiram-se ignorados no pacote de governação dos primeiros 100 dias.
“O Governo tão pouco se preocupa com a sua força motriz. Aquando do diálogo entre a APSUM e o Governo foram alcançados consensos, mas não vimos no plano de 100 dias do novo Governo o pacote profissional de saúde (…) Não se verificou a intenção de melhorar a estrutura dos blocos operatórios, muito menos a disponibilização de material cirúrgico”, acrescentou.
Os profissionais de saúde apontam também para a falta de condições para o tratamento dos doentes como um grave problema.
“Os pacientes continuam sacrificando os seus valores recorrendo às farmácias. Laboratórios não têm reagentes, raio X sem chapa para a impressão e a comida é uma vergonha. 99% continuam a adquirir as suas refeições, pior para os profissionais de saúde que passam 24 horas nas unidades sanitárias sem nenhuma alimentação e sem as suas horas extraordinárias”.
Recorde-se que em Maio do ano passado, a associação anunciou que nos primeiros 2 dias de greve da classe, cerca de mil pacientes morreram por falta de cuidados de saúde.
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