Partido Comunista chinês completa 100 anos com um rover em Marte
Partido Comunista chinês completa 100 anos com um rover em Marte
Veículo espacial Zhurong pousou em Marte neste sábado (15); China busca autossuficiência em programa espacial desde que foi impedida de colaborar com a Nasa
A agência espacial da China tem um presente extraordinário para o aniversário de 100 anos do Partido Comunista: um rover em Marte. A aterrissagem histórica neste sábado (15) de Zhurong, o veículo espacial batizado em homenagem ao deus do fogo no antigo folclore chinês, foi um momento culminante para a China.
Ele não apenas demonstrou as crescentes capacidades do país no espaço, mas também serviu como um lembrete oportuno de quão longe o país avançou desde sua fundação.
Durante o movimento iniciado em 4 de maio de 1919, que abriu o caminho para o nascimento do Partido Comunista dois anos depois, estudantes e intelectuais chineses patriotas se uniram pela ciência e pela democracia para salvar o país das mãos das potências ocidentais.
Um século depois, a China está se distanciando cada vez mais da democracia sob seu líder autoritário Xi Jinping – mas sua proeza científica está fazendo avanços tremendos e rivalizando rapidamente com o Ocidente.
E o ambicioso programa espacial da China é talvez o exemplo mais atraente disso.
A China lançou seu primeiro satélite há apenas meio século. Já é o segundo país do mundo a ter um rover no planeta vermelho, atrás apenas dos Estados Unidos. A missão chinesa conseguiu entrar na órbita de Marte, pousando em sua superfície e despachando um rover em uma missão.
A Nasa levou três missões para completar essas etapas desafiadoras, embora décadas antes da China, entre 1971 e 1997.
Embora o rover Zhurong não seja tão tecnologicamente avançado quanto o Perseverance da Nasa, que também está perambulando por Marte, sua presença envia um sinal claro de que as capacidades espaciais da China estão alcançando os níveis dos EUA.
E acrescenta peso à narrativa nacionalista de que a China emergiu da pandemia do coronavírus mais forte do que nunca, pronta para celebrar o centenário do Partido em 1º de julho em uma posição de força sem precedentes.
Neste sábado (15), Xi enviou seus parabéns pela missão bem-sucedida, saudando-a como um “passo importante na exploração interestelar da China”.
“O pouso deixou uma marca chinesa em Marte pela primeira vez. É mais um marco no desenvolvimento da indústria espacial da China”, disse o líder chinês, pedindo ao país que se junte à “autossuficiência no desenvolvimento de tecnologia científica”.
A autossuficiência é a chave para o progresso espacial da China, depois que os EUA aprovaram uma lei para restringir o envolvimento da Nasa com cientistas chineses em 2011.
No final de abril, a China lançou com sucesso o primeiro módulo de sua nova estação espacial, o Tiangong – um empreendimento necessário porque seus astronautas estão proibidos de entrar na Estação Espacial Internacional, que é uma colaboração entre os EUA, Rússia, Europa, Japão e Canadá.
Ao impedir a China de participar de colaborações espaciais lideradas pelos EUA, Washington pode inadvertidamente estar levando Pequim a fazer um progresso real em direção a uma ordem espacial liderada pelos chineses.
(Esse texto é uma tradução. Para ler o original, em inglês, clique aqui)
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